quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

NÃO PODEMOS SERVIR A DOIS SENHORES



É preciso esclarecer antes de começar este ensaio o elemento que norteará o estudo, um princípio descrito por Santo Agostinho que será plenamente empregado neste trabalho:

"No Antigo Testamento está latente o Novo, e no Novo Testamento está patente o Antigo".

Este ponto, aliás, está descrito em outras palavras no Novo Testamento, na carta escrita por São Paulo, aos Colossenses:

“Ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo”. (Colossenses, 2:16-17).

Deste modo, o Velho Testamento é uma figura real do que deveria ocorrer quando o Messias chegasse, afinal Jesus, o Cristo de Deus, é o Verbo, por quem e para quem tudo foi feito, ou seja, Jesus é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento.

Esta introdução é para mostrar que devemos tomar cuidado com os preceitos descritos antes de Jesus, não porque não sejam verdades, mas porque devem ser entendidos à luz das explicações que Jesus e os Apóstolos nos falam no Novo Testamento, além de expressarem mensagens de Deus para comunidades que têm tempo e local bem específicos.

Devemos perceber que a obra salvífica de Deus, que culminou com a primeira vinda de Jesus e se encerrará com a segunda, foi sendo revelada aos poucos, por exemplo, em todo o Pentateuco, nos livros dos Reis (Samuel e Reis) não há menção direta do demônio, somente a partir do exílio quando os livros de Crônicas foram escritos é que a presença e influência do demônio ficam claras, assim muitos dos preceitos do Velho Testamento ainda careciam de melhor explicação somente conseguida com a chegada de Jesus e do Espírito Santo, afinal como está escrito na epístola aos Hebreus:

“Ao nosso Sumo Sacerdote, entretanto, compete ministério tanto mais excelente quanto ele é mediador de uma aliança mais perfeita, selada por melhores promessas. Porque, se: a primeira tivesse sido sem defeito, certamente não haveria lugar para outra.” (Hebreus, 8:6-7).

Vamos, nesta postagem, discutir algumas questões acerca deste importante personagem da nossa vida, o dinheiro. Contudo darei ênfase ao que o Novo Testamento nos fala.

A passagem bíblica que dá nome a este ensaio está no Evangelho de São Mateus:

“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza. Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes?” São Mateus, 6:24-25.

Jesus está sendo claro ao abordar o tema, que aliás foi muito caro a Ele em seu ministério terrestre, mas falaremos mais sobre outras passagens que demonstram a opinião de Jesus neste assunto.

Por fim, devemos lembrar que a Bíblia é a Palavra de Deus que nos ajuda em qualquer assunto, como foi dito, é o nosso manual de instrução, contudo não podemos reduzi-la a se tornar um livro de auto-ajuda, ou um manual para a mulher vitoriosa, ou para a vitória financeira, porque a vitória que o Novo Testamento, a Nova Aliança, promete é a vida eterna, para adorar a Deus.

Na Nova Aliança, a adesão é mediante o binômio fé-obra, uma vez que a fé sem obra está morta, ou seja, mediante a graça de Deus que nos exorta a fazer boas obras, por seu filho Jesus Cristo, em comunhão com o Espírito Santo. Você não deve esperar estar em fartura o tempo todo, pois Jesus promete que o cristão irá passar por tribulação, afinal o Pai corrige a quem ama, para se tornarem cada vez mais próximos de sermos co-herdeiros de Jesus Cristo, isto é, para chegarmos à santidade.

A seguir serão abordados alguns temas pregado atualmente em ambiente cristão, contudo devemos lembrar o primeiro mandamento, amar a Deus sobre todas as coisas e que devemos ter confiança nas tribulações, pois podemos suportar toda a sorte de tribulações e felicidades naquele que nos fortalece.



O objetivo da Igreja Visível



Eu penso que Jesus instituiu dois tipos de Igrejas: a Visível e a Invisível.

Na Igreja Visível, nos templos, nas diversas denominações, podem estar presentes cristãos e não-cristãos, na Igreja Invisível, a noiva do cordeiro, somente cristãos.

Lembramos que o termo Igreja vem do grego Eklesia, que quer dizer também assembléia, este termo foi utilizado para descrever os israelitas no deserto após a libertação do Egito, ou seja, uma assembléia visível, pois faziam parte tanto aqueles que criam em Deus, quanto os que não criam.

Bom, o objetivo principal de qualquer Igreja deve ser a de divulgar a Palavra de Deus, pregar as boas novas, o Evangelho, isto eu acredito que não haja dúvida, contudo deve ser ter em mente qual a verdadeira religião, a qual qualquer igreja deve pertencer.

Deus através de São Tiago nos diz qual a verdadeira religião:

“A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e conservar-se puro da corrupção deste mundo.” São Tiago, 1:27.

Da mesma maneira, São Paulo quando foi participar do primeiro concílio da Igreja, quando se reuniram os apóstolos e os anciãos de Jerusalém, disse que foi solicitado que não se esquecesse dos pobres e ele menciona que esta já era a sua intenção.

Estes fatos demonstram uma preocupação pura e genuína dos primeiros cristãos para com os pobres, assim como era com os primeiros israelitas.

Podemos então ver que a Igreja deve divulgar a Palavra de Deus, contudo sem esquecer dos pobres, como São Paulo também nos informa ao falar sobre a coleta para ajudar os santos de Jerusalém que passavam por necessidades devido a alguns anos de seca.

Não vemos no Novo Testamento nenhuma passagem sobre a construção de templos suntuosos, construções modernas etc. Mas, podemos entender que os tempos de hoje, algumas coisas se fazem necessárias, mas os fins não podem justificar os meios, assim a construção de países, templos religiosos banhados a outro, transformação do culto do Senhor em show, aquisição de canais seculares de televisão, a aquisição de TVs por assinatura, emissão de lucro para o exterior, dólares escondidos em roupas, aquisição de hotéis, ensinar crianças de dois ou três anos sobre como ofertar dinheiro ao Senhor, não me parecem a melhor maneira de divulgar e fazer a obra de Deus, porque senão estamos servindo a dois senhores



O Dízimo



Vamos ao primeiro ponto deste discurso: o dízimo.

O dízimo foi instituído por Deus, mas qual era o objetivo do dízimo?

O objetivo era sustentar os sacerdotes da tribo de Levi, uma vez que na partilha das terras, Deus os deixou sem território, propositadamente, para somente estarem prontos para servi-Lo.

À medida que o tempo foi passando o dízimo passou a ser uma válvula de escape para os israelitas poderem fazer todo o tipo de “drible” na lei de Deus e fazerem barganha para com Deus.

Não se pode negar que Jesus fala do dízimo, mas Ele coloca este pagamento em segundo plano, como deve ser hoje. Qualquer um pode pagar o dízimo, eu penso que não está contra a lei de Deus, mas é preciso ver se o dízimo de hoje se coaduna com o princípio para o qual foi criado.

Certa vez, eu li em um site que Jesus instituiu o “tudímo”, porque nós lemos que Ele, repleto de amor por um jovem cumpridor de todos os mandamentos e visivelmente sincero para se achegar ao Reino de Deus, falou: “Vá, venda todos os seus bens e distribua aos pobres”, o jovem saiu muito triste, pois era rico e claro não tinha intenção de se desfazer de seus bens.

Na era apostólica, quando começaram a anunciação ao mundo acerca da brevidade dos tempos e que a era messiânica tinha começado, vemos um exemplo perfeito de convivência em comunidade, onde todos repartiam suas posses, não somente os 10%, era tudo! Inclusive, vemos um episódio dramático em que um casal morre por profanar o Espírito Santo de Deus, ao querer enganá-Lo, não Lhe entregando o que era devido.

Além disso, no primeiro Concílio cristão, o colégio apostólico determinou quais os preceitos da lei o cristão convertido estaria obrigado a cumprir, contudo não vemos em nenhuma parte a menção ao dízimo, ou seja, a entrega do dinheiro não deve ser esperando retribuição de Deus, e sim o desejo sincero de repartir aquilo que Deus lhe deu com os menos afortunados e para financiar a missão da Igreja de divulgar a obra de Deus e até mesmo prover sustento aos pregadores do evangelho.



Ofertas



As ofertas são muito mencionadas na Bíblia, vemos uma passagem clara sobre o que se esperar de uma oferta:

“Faze todas as tuas oferendas com um rosto alegre, consagra os dízimos com alegria. Dá ao Altíssimo conforme te foi dado por ele, dá de bom coração de acordo com o que tuas mãos ganharam, pois o Senhor retribui a dádiva, e recompensar-te-á tudo sete vezes mais.” Eclesiástico, 35:11-13.

Contudo, me parece que o foco muda no Novo Testamento, pois agora o objetivo do cristão não são os bens temporais, pois há uma aliança melhor, há uma promessa de vida eterna, de uma coroa incorruptível a ser dada no século vindouro, ou seja, quando estivermos no céu. Assim, de que valem estes bens materiais para nós usufruirmos durante 80, 90, 100 anos, se passarmos a eternidade afastados de Deus.

Jesus colocou isso de maneira magistral nesta passagem:

“Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”. São Mateus, 6:31-34.

Ora as coisas que teremos em acréscimo não são mansões, não são carros de luxo, não são jatinhos, mas sim comida, bebida, vestimenta, ou seja, nossas necessidades. É claro que não faz parte dos planos de Deus que mendiguemos, claro que não! Mas, será que faz parte da vontade de Deus que um servo, ou uma igreja que diz sua, possua um avião, um jatinho, quando o mundo jaz sobre o maligno e a pobreza e a doença afasta milhões de pessoas de ouvir a Palavra de Deus?

Devemos ter em mente que os problemas de hoje, não são os mesmos da época em que Jesus habitava corporalmente entre nós, assim uma moradia, um carro, tirar férias para “desestressar”, passam a fazer parte de nossas necessidades básicas, mas nunca o esbanjamento e opulência.

Quando os bens materiais começam a ter valores maiores do que o necessário para nossas vidas, podemos dizer que estamos voltando a ser idólatras, voltando a amar a criatura mais do que o criador.



A Caridade



A caridade, que muitos biblistas acreditam ser a melhor tradução para o amor descrito pela palavra grega agape, ao contrário do que muitas pessoas pensam é incentivada na Bíblia, desde que feita com o coração. Podemos dizer que a caridade, nada mais é do que amar a seu próximo como a ti mesmo, ou seja, se compadecer do que está ocorrendo com seu irmão ou irmã.

Em Atos dos Apóstolos vemos o plano de Deus de incluir os gentios na obra da salvação começar a se cumprir ao realizar a conversão do centurião Cornélio. O que Deus nos fala, que as orações e as esmolas (convém notar a ordem que Deus nos dá) de Cornélio subiram ao Céu. Não foi o dízimo, afinal ele nem era judeu, nem cristão. Mas, a partir daí se desenrola a visão de São Pedro, a conversa de Cornélio com ele e o Pentecostes dos gentios.

Além disso, podemos ver que Deus na visão que dá a São Pedro, mostra que o que Ele santificou não deve ser menosprezado e que aqueles preceitos tão caros ao judaísmo estavam se encerrando.

Já no Velho Testamento havia a idéia de que a caridade era valorizada, podemos citar esta passagem do Livro dos Provérbios:

”O ódio desperta rixas; a caridade, porém, supre todas as faltas” Provérbios, 10:12.

Que foi citada por São Pedro em sua primeira epístola católica:

“Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados”. Primeira São Pedro, 4:8.

Em minha opinião, a caridade faz parte das obras que estão associadas à fé, afinal a fé sem obras é morta. Desta feita, a caridade parece ser um dos aspectos visíveis deste princípio bíblico. A caridade, enquanto amor agape, é o amor que Jesus nos dá como o novo mandamento, amar ao próximo como Ele nos amou.



A oração



Será que devemos pedir somente os bens materiais?

Para sabermos o que pedir, vamos estudar de maneira breve a oração modelo, a oração padrão que Jesus nos ensinou:

“PAI NOSSO, que estais nos céus,

santificado seja o vosso nome;

venha a nós o vosso Reino;

seja feita a vossa vontade,

assim na terra como no céu.

O pão nosso de cada dia

nos dai hoje;

perdoai-nos as nossas ofensas,

assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam;

e não nos deixeis cair em tentação,

mas livrai-nos do mal”. São Mateus, 6:9-13



Cumpre ressaltar que em algumas traduções se encontra o texto “Por que teu é o reino, o poder e a glória”, mas que alguns estudiosos consideram como glosa litúrgica posterior ao texto original, não entraremos neste mérito...

Mas, há de se ressaltar que nesta oração padrão, oração modelo e até mesmo a oração obrigatória de todo o cristão, pois foi o próprio Mestre que nos ensinou, não existe menção a bens materiais, pedimos com o coração o “pão nosso de cada dia”, pedimos que Deus nos livre do mal, não nos deixe cair em tentação, é uma oração penitencial, pois pedimos o nosso perdão, mas temos que perdoar primeiro o nosso irmão. Oramos, também, para que o Reino de Deus se estabeleça entre nós, sempre sendo feita a vontade de Deus em nossas vidas, e que tem o nome santo.

Ao fazermos esta oração, que eu, particularmente, rezo todos os dias, estamos buscando primeiramente o Reino dos Céus, Deus sabe de nossas necessidades e nos dará conforme sua vontade, para a honra e glória do seu Nome.

Devemos refletir quais são as nossas prioridades, o que realmente queremos quando aceitamos Jesus como nosso único e suficiente salvador, quando aceitamos sermos servos de Deus, quando falamos, como Santa Maria, “Eis aqui a serva do Senhor, faça em mim conforme a sua vontade” e estarmos disponíveis ao seu chamado e à entrada do Espírito Santo.

Não me parece errado pedirmos orientação para compra de um apartamento, de um carro, ou de um emprego, ou de melhorarmos financeiramente nossas vidas, contudo estas não devem ser nossas prioridades, devem ser acréscimos, devem fazer parte de nosso diálogo com Deus, pois Ele é nosso Pai e não devemos ter segredos para com nosso Pai, uma vez que Ele nos sonda e nos conhece mesmo antes de termos palavras. Além disso, em tudo devemos dar graças a Ele quaisquer que sejam os resultados dos nossos pedidos, porque Deus sempre sabe o que é melhor para nós. Resumindo, temos que saber pedir, conforme a epístola católica (universal) de São Tiago:

“Cobiçais, e não recebeis; sois invejosos e ciumentos, e não conseguis o que desejais; litigais e fazeis guerra. Não obtendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas paixões.”. São Tiago, 4:2-3.

Assim, quando pedimos somente para satisfazermos nossas paixões, ou seja, nossos desejos humanos, o Senhor não nos dá...



A segunda vinda de Cristo



Por fim é importante que seja dada a devida importância ao aspecto mais caro ao Novo Testamento, pregado depois da subida de Jesus Cristo aos céus e seu estabelecimento à direita de Deus, este aspecto é a vinda futura de Jesus.

As Igrejas, de um modo geral, não pregam sobre a vinda de Jesus para acabar com este sistema de coisas atuais, importante dizer que na missa, representação cultual da Igreja Católica, a vinda de Jesus é exortada ao se pronunciarem as palavras Vinde Senhor Jesus, o que em várias epístolas paulinas e joaninas, inclusive no apocalipse, já acontecia. Algumas Igrejas Pentecostais têm nome que se associam à vinda de Jesus, cita-se, a Igreja Maranata, cujo nome quer dizer Vem Senhor.

Na época dos apóstolos, a vinda de Jesus era esperada para uma época próxima, apesar de Jesus não ter falado desta forma, pelo contrário Ele falou que a hora somente o Pai sabia e que viria como um ladrão, na glória, nas nuvens e que todo olho veria, fazendo ilustrações de como seria este retorno. Mas a pregação apostólica é tão repleta de esperança, que São Paulo até mesmo se colocou como um dos sobreviventes que assistiriam a volta de Cristo. Contudo, São Pedro nos explica o porquê desta suposta demora, Deus não quer que ninguém se perca, quer que todos nós nos arrependamos (II São Pedro, 3:9) e sabemos que ainda existem muitas pessoas que nunca ouviram falar de Jesus. Nesta mesma epístola católica, o apóstolo nos exorta a sermos santos e piedosos, enquanto esperamos e apressamos a vinda do nosso Senhor (II São Pedro, 3:12). Ora somente podemos apressar o dia, com oração e uma vida repleta de fé e das obras que advêm da fé.

Assim, acredito que este aspecto deve ser posto em primeiro lugar, pois os sinais, os prodígios, os bens materiais, ficam em segundo plano quando pensamos na eminência da vinda de Cristo, uma vez que Jesus disse a São Tomé: “[...]Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!”, São João, 20:29.

Temos que nos preparar, buscar o Senhor enquanto ainda há tempo, pois uma vez mortos, ou se estivermos vivos em sua volta e não tivermos cumprido os seus mandamentos e deixarmos de nos apegar aos bens materiais, ou seja, se não deixarmos de ser idólatras, em seu sentido primeiro, o de amar a criatura acima do criador, não iremos receber nossa coroa, não chegaremos ao fim da corrida. Afinal, as profecias, o dom das línguas e a ciência passarão, mas a caridade, o amor ficará (I Coríntios, 13:8).

Mas, é preciso esclarecer que Jesus nos disse que não sabemos o dia, nem a hora de sua volta, por isso devemos orar e vigiar, assim devemos pregar a vinda eminente, orar para apressar sua volta, mas nunca devemos fazer previsões de quando será, pois isso está em desacordo com a Bíblia, ou seja, com a Palavra de Deus, pois este dia somente compete ao Pai.



Conclusão



Por isso devemos nos exortar para sermos fiéis a Deus, a Jesus e não entristecer o Espírito Santo, com atitudes reprováveis, devemos nos manter confiantes de que estamos rumando para a santidade, mas devemos saber que não a alcançamos e que devemos fazer de tudo para não perdê-la.

São Paulo, em sua epístola aos Efésios, nos mostra o que não devemos fazer ou ser:

“Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento - verdadeiros idólatras! - terá herança no Reino de Cristo e de Deus.” Efésios, 5:5

Ainda continua, nesta mesma epístola, colocando um ponto crucial e que de tão moderno parece que foi escrito nos dias de hoje:

“E ninguém vos seduza com vãos discursos. Estes são os pecados que atraem a ira de Deus sobre os rebeldes”. Efésios, 5:6.

Estes vãos discursos são as pregações que mais se ouvem nos púlpitos modernos, são os que mais vendem livros, CDs e DVDs, afinal quem gostaria de saber que o Senhor Jesus não nos prometeu riquezas, mas nos prometeu tribulações, Deus nos fala:

“Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça.” Eclesiástico, 2:1-3. À luz do Novo Testamento, será que o enriquecimento prometido é dinheiro, ou será que é a vida eterna? Ou será que esperar riquezas e farturas não é vaidade e correr atrás do vento?

Jesus, no Evangelho de São Mateus, nos manda nos guardar dos falsos profetas:

“Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!”. São Mateus, 7:15-23.

Paulo aconselha a Timóteo, e a todos aqueles que querem ser homens de Deus, homens que fazem a obra de Deus, com as seguintes palavras:

“Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto. Aqueles que ambicionam tornar-se ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições. Mas tu, ó homem de Deus, foge desses vícios e procura com todo empenho a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão.” I Timóteo, 6:8-11. Paulo nos mostra quais têm de ser nossas prioridades.

Ao final deste ensaio devemos refletir sobre o que Jesus nos quer dizer com esta passagem de São Mateus:

“Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.” São Mateus, 6:19-21.

É muito importante separar o joio do trigo e saber quem são os verdadeiros servos de Deus e aqueles que Jesus dirá que não os conhece quando reclamarem sua salvação.

Vejam bem irmãos leitores deste trabalho, novamente eu declaro que não é plano de Deus que sejamos miseráveis, ou que fiquemos a pedir esmolas, ou que passemos fome, mas é obra do diabo que nós nos entreguemos ao dinheiro, à idolatria enfim, por isso temos que saber o que desejamos a glória momentânea de possuirmos bens materiais, admiradores, bajuladores ou que tenhamos a glória eterna de conviver com o rei, de sermos reis e sacerdotes, de sermos co-herdeiros do filho de Deus, Jesus, ou que finalmente cumpramos o que Deus havia planejado para nós antes da queda de Adão, que nós fôssemos a imagem e semelhança de Deus.

Encerramos este ensaio com esta passagem belíssima que Jesus nos brinda, e que São Lucas relatou em seu evangelho:

“Então ele ergueu os olhos para os seus discípulos e disse: Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis fartos! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis! Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem! Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas. Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação! Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e chorareis! Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas!”. São Lucas, 6:20-26.

Que a paz de Jesus esteja sempre com todos nós!


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